sábado, 6 de setembro de 2014

Vejamos um texto sobre o conceito de ''aldeia global'' e a importância da hierarquia em uma sociedade indígena. Trata-se de uma carta dirigida a um jornal há alguns meses, de minha própria autoria.


Tremembé, 19 de fevereiro de 2014.

Ao jornal,

As aldeias indígenas são presentes em nossas terras desde tempos remotos e, desde então, não visualizamos o quanto seus ensinamentos e métodos de vida podem ser úteis para a reconstrução de uma sociedade, em especial a nossa atual, que é fortemente marcada pela desunião e pela desigualdade em organizações hierárquicas.

Essas comunidades, que muitas vezes desconhecem os recurso fornecidos pela alta tecnologia, possuem uma hierarquia que funciona de forma a estabelecer a igualdade entre todos os indivíduos, sem menosprezar suas habilidades e responsabilidades para a manutenção da boa vivência no local, promovendo relações de interação entre pessoas e o meio ambiente no qual vivem, assim como relações íntegras entre a própria sociedade.

Enquanto isso, a hierarquia proporcionada pelo mundo moderno, com a presença dos meio de comunicação em massa e do crescente desenvolvimento tecnológico, pode, muitas vezes, ao eleger pessoas consumistas, desunidas e interligadas apenas virtualmente, intensificar relações de discriminação e injustiça, onde, por exemplo, pessoas menos estudadas são reduzidas a serviços praticamente invisíveis.

Até mesmo as crianças possuem suas próprias funções na aldeia, condicionadas a se manterem sociáveis até a vida adulta, mantendo seu aprendizado com pessoas mais velhas e não sendo punidas ao cometerem erros. A adoção de algumas dessas medidas em nosso mundo moderno poderia nos fornecer crianças e, futuramente, pessoas e profissionais mais eficientes e comunicativos. Essa realização poderia ajudar a extinguir a exploração infantil e manter a união de nossa futura sociedade.

Em suma, pode-se dizer que essas aldeias estão corretamente classificadas quando nos referimos a elas como ''aldeias globais'', pois sua vivência é dada de maneira coletiva, em uma hierarquia sem discriminações. Nossa sociedade ainda fica um pouco atrás, pois o mundo globalizado, que restringe a vida de algumas pessoas a um computador ou a um emprego invisível, se não for mudado, se manterá num grande ''programa de índio''.
Felicitações,
Thiago Paiva
Hoje, dia 6 de Setembro, começaremos com um resumo geopolítico de um acontecimento histórico marcante que ocorreu durante o período da Guerra Fria: a Primavera de Praga.


A URSS consolidou seu controle sobre a Tchecoslováquia em 1948, quando se verificava que o governo comunista local estava se tornando impopular e tudo indicava que perderia as eleições seguintes. Este controle pareceu seguro enquanto o leste europeu se recuperava da Segunda Guerra Mundial, mas começou a se deteriorar após a morte de Stalin.

A Primavera de Praga foi um movimento encabeçado pelo líder comunista Alexander Dubcek para ''humanizar'' o Partido Comunista na Tchecoslováquia, o que, na época, desagradou a ex-União Soviética e os partidários de Stalin. Ao mesmo tempo, a atual República Tcheca se aproximava economicamente da Alemanha Ocidental, o que se mostrava contra os interesses soviéticos.

Houve um restabelecimento da liberdade de imprensa com este movimento, o que promoveu um retorno no interesse de formas alternativas de organização política: antigos membros do Partido Social Democrata tentaram restabelecê-lo. Igrejas cristãs voltaram a ser ativas, assim como movimentos pelas minorias e direitos civis.

Sendo um exemplo heroico da luta dos trabalhadores por democracia e socialismo, o movimento ocorrido em 1968, além da situação econômica, apresentava outro problema: a situação da Eslováquia. Os eslovacos sentiam estarem sendo colonizados pelos tchecos, e sua capital desconfiava que Praga estivesse dirigindo seus destinos.

Dubcek acreditava que poderia resolver as diferenças com os vizinhos comunistas e compareceu a uma reunião organizada em uma cidade eslovaca para realizar um acordo com os líderes socialistas do Pacto de Varsóvia. Entretanto, as tropas da ex-URSS e do Pacto de Varsóvia invadiram e ocuparam a Tchecoslováquia, em uma tentativa de romper o movimento reformista.

Por fim, o presidente Svoboda, acompanhado por Dubcek, retornou a Praga para dizer aos socialistas qual seria o preço a pagar por ter um socialismo humano: as tropas soviéticas permaneceriam na Tchecoslováquia, e manteriam controles rígidos sobre as atividades culturais e políticas. Em 1969, os movimentos pelo ''socialismo humano'' reiniciaram, mas Dubcek negou ajuda aos seus aliados, encontrando-se isolado e sendo substituído por Gustáv Husák em 17 de abril do mesmo ano, que propôs a normalização das relações da Tchecoslováquia com a ex-URSS.

Olá, meu nome é Thiago, tenho 17 anos, sou estudante do 3º ano do Ensino Médio e estou criando o blog para publicar textos de História, Geografia, Filosofia e Sociologia, conforme a sugestão de minha professora.

Leiam e sintam-se à vontade para comentar e registrar suas opiniões!