Tremembé, 19 de fevereiro de 2014.
Ao jornal,
As aldeias indígenas são presentes em nossas terras desde tempos remotos e, desde então, não visualizamos o quanto seus ensinamentos e métodos de vida podem ser úteis para a reconstrução de uma sociedade, em especial a nossa atual, que é fortemente marcada pela desunião e pela desigualdade em organizações hierárquicas.
Essas comunidades, que muitas vezes desconhecem os recurso fornecidos pela alta tecnologia, possuem uma hierarquia que funciona de forma a estabelecer a igualdade entre todos os indivíduos, sem menosprezar suas habilidades e responsabilidades para a manutenção da boa vivência no local, promovendo relações de interação entre pessoas e o meio ambiente no qual vivem, assim como relações íntegras entre a própria sociedade.
Enquanto isso, a hierarquia proporcionada pelo mundo moderno, com a presença dos meio de comunicação em massa e do crescente desenvolvimento tecnológico, pode, muitas vezes, ao eleger pessoas consumistas, desunidas e interligadas apenas virtualmente, intensificar relações de discriminação e injustiça, onde, por exemplo, pessoas menos estudadas são reduzidas a serviços praticamente invisíveis.
Até mesmo as crianças possuem suas próprias funções na aldeia, condicionadas a se manterem sociáveis até a vida adulta, mantendo seu aprendizado com pessoas mais velhas e não sendo punidas ao cometerem erros. A adoção de algumas dessas medidas em nosso mundo moderno poderia nos fornecer crianças e, futuramente, pessoas e profissionais mais eficientes e comunicativos. Essa realização poderia ajudar a extinguir a exploração infantil e manter a união de nossa futura sociedade.
Em suma, pode-se dizer que essas aldeias estão corretamente classificadas quando nos referimos a elas como ''aldeias globais'', pois sua vivência é dada de maneira coletiva, em uma hierarquia sem discriminações. Nossa sociedade ainda fica um pouco atrás, pois o mundo globalizado, que restringe a vida de algumas pessoas a um computador ou a um emprego invisível, se não for mudado, se manterá num grande ''programa de índio''.
Felicitações,
Thiago Paiva